El Arbi Hilal Soudani é o jogador do momento em
Guimarães. Na estreia a titular, com o Moura, o argelino marcou
dois golos decisivos para a equipa minhota, tornando-se o alvo dos
elogios de todos os companheiros. Quanto aos adeptos, houve quem tenha
optado pelo copo meio vazio, ou seja, disseram que falhou muito antes
de acertar na baliza, e pelo copo meio cheio, isto é, que fez o
que mais ninguém conseguiu.
Conquistado o balneário, Soudani quer agora convencer os
adeptos que ainda duvidam dele. Proveniente do maior país
africano (depois da divisão do Sudão em dois
países, a Argélia saltou para o primeiro lugar), a
ambição do ponta-de-lança não tem limites.
Quando ainda dava os primeiros passos em Guimarães, na
Argélia já eram conhecidos os planos do jogador de 23
anos. "Estou em Portugal para me impor e para progredir na carreira.
Hoje estou no Guimarães, amanhã posso estar no FC Porto e
depois, quem sabe? Talvez um dia possa chegar ao Chelsea", declarou
Soudani à Imprensa argelina. Se a declaração pode
fazer mal às bancadas vitorianas, bem vistas as coisas a
ambição desmedida só encontra
justificação num ponto: Soudani sabe bem o que vale. E se
estiver certo, o Vitória sai automaticamente beneficiado nas
vertentes desportiva e financeira.
A referência ao Chelsea não foi à toa. No ASO
Chlef, clube da cidade argelina onde nasceu e no qual sempre jogou
até chegar ao Vitória, os adeptos chamavam-lhe Drogba. Um
elogio puríssimo, porque Soudani nunca teve cabelo comprido.
Logo, a associação ficou unicamente a dever-se ao apetite
descontrolado pelas balizas do adversário. Marcou 48 golos em
107 jogos, quase meio golo por jogo. No Vitória já marcou
dois em 120 minutos completos. Antes do Moura, só tinha sido
utilizado a espaços, como se fosse um comprimido para o jejum
momentâneo de Edgar.
Depois de ter dado nas vistas no campeonato argelino - 11 golos em
2007/08; quatro golos em 2008/09; 12 golos em 2009/10; e 18 golos em
2010/11 -, o destaque internacional chegou quando foi chamado à
selecção da Argélia para a disputa da
última edição da CAN. Marcou três golos,
dois deles no mesmo jogo, com o Gabão.
O Guimarães é a parte conhecida da história.
Mas antes de chegar a Portugal, Soudani esteve à
experiência no Le Mans, da II Divisão de França, em
Julho. Três dias chegaram para os franceses gostarem de Soudani e
três dias chegaram para o argelino perceber que tinha mais
hipóteses de sucesso em Guimarães. A palavra-chave foi...
ambição.
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