segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

SR. LUÍS CIRILO ESCREVE PARA O BLOG SOBRE A ACTUALIDADE DO VITÓRIA

                                                        Vitória Hoje




Solicita-me o” Vitória no Coração Vitória” que escreva algumas linhas sobre o actual momento do nosso clube.
É um convite que agradeço ainda para mais vindo de um blog feito com o objectivo de divulgar e defender uma causa que a todos nós diz muito. 
O nosso Vitória.
O que dizer do nosso actual momento?
Começando pelo futebol, a mola real do clube, creio que estamos a fazer uma época dentro dos objectivos europeus traçados.
Mas com a sensação de que poderíamos estar ainda melhor.
Porque tendo feito pontos importantes com os clubes que estão acima de nós acabamos por desperdiçá-los com equipas que nos seguem na tabela classificativa.
E desperdiçá-mo-los, em boa verdade, por culpa própria na maior parte dos casos.
Ou porque jogamos mal, ou porque não fomos eficazes a concretizar, ou porque a atitude deixou a desejar.
A verdade é que podíamos ter mais sete, oito pontos e se assim fosse creio que o nosso estádio apresentaria médias de assistência compatíveis com a nossa grandeza associativa.
E essa falta de gente no estádio é, precisamente, um dos problemas mais preocupantes do clube no momento.
Porque, com raras excepções, esta época vai menos gente ao estádio do que o número de lugares anuais vendidos!
Quem em boa verdade já foi inferior ao de outros anos.
O que significa que muitos vitorianos que compraram cadeira não vão aos jogos.
Porquê?
Crise económica?
Sem dúvida.
Mas está longe de explicar tudo.
Ainda ontem, domingos de sol, com o jogo frente a um rival directo às 16 h, estavam 12.840 adeptos no estádio.
Os vitorianos andam afastados do clube. Parte deles pelo menos.
Numa época em que estamos em 4º lugar (já estivemos no 3º), na meia-final da taça, a lutar pela Europa.
Creio que para além das respeitáveis razões económicas tal se deve a duas outras razões:
Uma futebolística e outra de liderança.
O Vitória raramente faz boas exibições, dificilmente joga um futebol entusiasmante, e isso reflecte-se na vontade das pessoas em irem ao estádio.
Por outro lado a contínua rotação de jogadores dificulta a criação de empatias entre adeptos e plantel.
Veja-se que ainda agora, no mercado de Janeiro, fomos o clube que mais contratações fez.
E uma ou outra bem difíceis de entender.
Quanto á liderança é evidente que o Vitória tem uma tremenda falta de afirmação pública e mediática.
Quer perante as continuas provocações do Braga, quer perante os erros arbitrais, quer perante as campanhas que contra nós foram desenvolvidas na Comunicação Social pelos dirigentes do SLB depois do jogo da primeira volta.
A tudo a direcção respondeu com um silêncio incompreensível!
Incompreensível, comprometido e comprometedor.
E também isso se reflecte no ânimo dos adeptos que vêem a defesa do clube entregue nas mãos de Manuel Machado e de um ou outro jogador com destaque para Nilson e Flávio.
E perante a falta de liderança, a falta de presença mediática, a falta de alguém que motive as forças vivas do clube a tendência natural, e humana, é para um deixar cair de braços.
Que se vê nas assistências ao futebol mas já extensivo ás do voleibol.
A que aos pavilhões cheios do passado, que motivavam admiração dos adversários (e temor!), se sucedem os pavilhões desoladoramente vazios dos tempos de hoje.
Com a equipa a lutar por títulos.
Vá lá que no basquetebol, muito por força da valia da equipa e da excelência do treinador, parece que a tendência se está a inverte e vai acorrendo mais gente aos jogos.
É esta, em traços muito gerais, a forma como vejo o Vitória hoje.
Um grande clube, uma grande massa associativa, um tremendo potencial de crescimento.
Mas um desânimo instalado que urge combater.
Com vitórias, com exibições, com títulos.
No futebol, no voleibol, no basquetebol, no pólo aquático e em todas as outras modalidades.
Em todas elas definindo linhas de rumo, criando empatias com os adeptos, fazendo a constituição das equipas corresponder á forma como todos sentimos o Vitória.
E isso faz-se com liderança.
Liderança visível, afirmativa, com presença mediática.
Liderança eficaz e capaz.
O grande desafio que, afinal, se põe hoje aos adeptos do Vitória.
Ter uma Liderança!

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